19 setembro 2024

Abiraterona + Prednisolona


Indicações
Em associação com prednisona ou prednisolona ou DEXAmetasona no tratamento do câncer da próstata metastático resistente à castração, em homens adultos assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos após falência da terapêutica de privação androgênica, e para os quais a QT ainda não está indicada.(1,6,12,33)

 Exames Iniciar se Neutrófilos Totais acima de 1500 células/mm3. Plaquetas acima de 100.000 células/mm3. Creatinina sérica. Hemoglobina acima de 80 g/L. CrCl acima de 45 mL/min. Função renal. Função hepática. PSA. Hemograma com contagem diferencial de Leucócitos. Exames clínicos. TC. Biópsia. RM. PET Scan.(1)

 Exames antes de cada ciclo LDH. PSA a cada 4 semanas. Creatinina. Potássio. CT Scan a cada 24 semanas. Hemograma com contagem de leucócitos e plaquetas.(16,12)

  Regime terapêutico Câncer de próstata metastático.(1,6,12,33) 

Dias

Medicamentos

Dose

Administração via oral

D1 a D28

Abiraterona

1.000 mg/dia

Deve ser tomado pelo menos 2 h após a ingestão de alimentos e não devem ser ingeridos alimentos pelo menos durante 1 h após tomar os comprimidos.

D1 a D28

Prednisolona

10 mg/dia

Com ou após as refeições. Pode ser administrado como 5 mg 2xdia

Ciclo Uso contínuo até progressão da doença ou toxicidade inaceitável.(1,12)

Tratamento precedente Enzalutamida, com PSA crescente.(32)

Alternativa terapêutica Abiraterona 1000 mg/dia + DEXAmetasona 0,5 mg/dia.(6,7,12)

Risco emético Mínimo.(12)

Pré-QT [Baixo] 30 min a 60 min antes. Ondansetrona 8 mg a 16 mg VO/EV ou  DEXAmetasona 8 mg VO/IV ou Metoclopramida 10 mg VO/EV 3xdia. Pós-QT sem profilaxia de rotina.(26)

Pontos de atenção Toxicidade reprodutiva FDA categoria X (Abiraterona). Toxicidade cardíaca (Abiraterona). Monitorização dos eletrólitos (Abiraterona).(12)

Medidas de suporte. Omeprazol 20 a 80 mg/dia VO, continuar durante o tratamento ou Ranitidina 150 mg VO 2xdia durante 30 dias, ou Famotidina 40 mg/dia VO em pacientes com alto risco de ulceração GI ou sangramento.(1,12)

Abiraterona Conduta na administração oral não deve ser tomada com alimentos, pois existe a possibilidade de exposição sistêmica à abiraterona. Os comprimidos devem ser engolidos com água. Contém Lactose. Pacientes com intolerância hereditária rara à galactose, deficiência de lactase Lapp ou má absorção de glicose-galactose não devem tomar este medicamento. Não administrar dose dobrada para compensar a dose esquecida.(7)

Administração via sonda nasogátrica Em uma seringa dosadora oral dissolver o comprimido de Abiraterona em 10 mL de água aquecida a 55ºC durante 5 min e administrar. Lavar a sonda antes e após a administração do medicamento.(7)

  Informações clínicas

 . Abiraterona Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. Os níveis séricos de transaminases devem ser medidos antes do início do tratamento, cada duas semanas durante os primeiros três meses de tratamento, e, posteriormente, todos os meses. A pressão sanguínea, o potássio sérico e a retenção de fluidos, devem ser monitorizados mensalmente. No entanto, os doentes com um risco significativo de ICC devem ser monitorizados a cada duas semanas, nos primeiros três meses de tratamento, e depois todos os meses.(7)

. Dose máxima tolerada (DMT). Abiraterona Dose máxima 1000 mg/dia.(7)

Reações adversas

 . Abiraterona Hiperglicemia (57%). Hipofosfatemia (24%). Hipernatremia (33%). Hipocalemia (17% a 30%). Tosse (7% a 17%). Dispnéia (12%). Nasofaringite (11%). Artralgia (25%). Mialgia (26%). Hipertensão (9% a 37%). Edema (25% a 27%). Fadiga (39%). Insônia (14%). ITU (7% a 12%). Linfocitopenia (20% a 38%; grau 3/4: 4% a 9%). Aumento da bilirrubina sérica (7% a 16%). Aumento da alanina aminotransferase sérica (11% a 46%). Aumento da AST (15% a 37%). Constipação (23%). Diarréia (18% a 22%). Dispepsia (6% a 11%).(10)

  Ajuste de dose nas toxicidades não-hematológicas

 

Hipertensão

Grau 3/4

Retardar o tratamento até retorno ao Grau 1 ou menos e reiniciar. Na 1ª ocorrência sem redução de dose. 2ª ocorrência reduzir a dose para 750 mg/dia. Na 3ª ocorrência reduzir a dose para 500 mg/dia. Na 4ª ocorrência não usar a Abiraterona.(12)

 Interações medicamentosas

 . Abiraterona Evitar uso com inibidores da CYP3A4: AtazanavirCetoconazolClaritromicinaIndinavirItraconazolNelfinavirRitonavirSaquinavirVoriconazol. Pode resultar em aumento na concentração plasmática da Abiraterona e risco aumentado de toxicidade. Usar com cautela se administrados concomitantemente, e monitorar os sinais e/ou sintomas de toxicidade devido à abiraterona. Considerar redução de dose. Indutores da CYP3A4: CarbamazepinaFenitoínaFenobarbitalRifampicina. Pode ocorrer diminuição dos níveis e da eficácia da Abiraterona. Se possível, considerar outros tratamentos que não induzam a CYP3A4. Se usados, monitorar a eficácia da Abiraterona. Considerar aumento de dose.(10)

  Riscos ocupacionais

 . Abiraterona Não é cancerígeno para humanos. É considerado medicamento perigoso pela BCCA HD List, OSHA HD List, NIOSH HD List.(7)

18 setembro 2024

Terapia Antineoplásica Oral na Prática Clínica

 A terapia antineoplásica oral tem se tornado cada vez mais comum no tratamento do câncer, oferecendo diversas vantagens como maior comodidade para o paciente, menor custo e, em alguns casos, maior eficácia. No entanto, essa modalidade de tratamento também apresenta desafios, como a necessidade de maior adesão do paciente e o risco de interações medicamentosas.

Por que um guia sobre terapia antineoplásica oral é importante?

  • Complexidade dos tratamentos: A escolha do medicamento, a dosagem e o esquema de tratamento são individualizados para cada paciente, exigindo conhecimento especializado.
  • Adesão ao tratamento: É fundamental garantir que o paciente siga corretamente o tratamento, o que envolve orientação e acompanhamento adequados.
  • Efeitos colaterais: Os medicamentos antineoplásicos orais podem causar diversos efeitos colaterais, que precisam ser identificados e manejados de forma eficaz.
  • Interações medicamentosas: A possibilidade de interações com outros medicamentos exige um cuidado especial na prescrição e acompanhamento farmacoterapêutico.

Conteúdo típico de um guia:

Mecanismos de ação: Como os medicamentos atuam nas células cancerígenas.

Farmacocinética: Absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos medicamentos

Efeitos adversos: Efeitos colaterais mais comuns e graves, e estratégias para seu manejo.

Interações medicamentosas: Interações com outros medicamentos, alimentos e suplementos

Monitoramento: Parâmetros laboratoriais e clínicos para avaliar a resposta ao tratamento e detectar toxicidades.

A importância da orientação farmacêutica

O farmacêutico desempenha um papel fundamental na terapia antineoplásica oral, oferecendo orientação ao paciente sobre o uso correto dos medicamentos, os possíveis efeitos colaterais e as medidas para minimizá-los.

Alguns aspectos importantes da orientação farmacêutica:

  • Informação clara e concisa: Explicar de forma clara o objetivo do tratamento, a posologia, a duração e a importância de seguir as orientações médicas.
  • Identificação de possíveis efeitos colaterais: Informar sobre os efeitos colaterais mais comuns e graves, e orientar o paciente sobre como lidar com eles.
  • Interações medicamentosas: Alertar sobre possíveis interações com outros medicamentos, alimentos e suplementos.
  • Adesão ao tratamento: Desenvolver estratégias para melhorar a adesão, como o uso de calendários de medicação, lembretes e acompanhamento regular.