14 agosto 2020

AS TERAPIAS NEOADJUVANTES NO TRATAMENTO DO CANCER DE BEXIGA MUSCULO-INVASIVO: REVISAO NARRATIVA DA LITERATURA

Natália Guedes Alves, Luciano Sami de Oliveira Abraão, Rudá Mura Medeiros Paz, Rui Wanderley Mascarenhas Júnior, Nayara Pontes de Araújo, Lucas de Araújo Leão, Maria Samara Alves da Silva, Bernardo Vitor de Oliveira Martins.

Universidade do Estado do Pará - Para - Brasil

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

O câncer de bexiga é a segunda neoplasia do trato geniturinário mais comum no homem, no Brasil, e a 7a de mais incidente no mundo, tendo o tabagismo como principal fator de risco. Esses tumores são, em sua maioria, malignos e carcinomas uroteliais (90% dos casos), podendo ser músculo-invasivos ou não, e têm como principal apresentação clínica a hematúria indolor. A neoplasia músculo-invasiva responde por 25% dos casos, com maior letalidade, e seu tratamento padrão-ouro é a cistectomia radical com linfadenectomia. Esses pacientes também podem ser submetidos à quimioterapia adjuvante ou neoadjuvante. Este estudo objetiva identificar as diferentes terapias neoadjuvantes empregadas no câncer de bexiga músculo-invasivo e analisar a eficácia, resposta e sobrevida dos pacientes submetidos a ela. Foram realizadas buscas de artigos científicos nas bases de dados MEDLINE, LILACS, SCIELO e Cochrane, com as terminologias contidas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “Câncer de bexiga” e “Terapia neoadjuvante”, em inglês e português, publicados nos últimos 10 anos, e filtrados os de maior evidência (metanálises, revisões sistemáticas, ensaios clínicos e guidelines). Foram encontrados 18 artigos e, após leitura dos títulos e resumos, 7 foram incluídos. A revisão da literatura demonstra uma alta eficácia da quimioterapia neoadjuvante baseada em platinas. O esquema MVAC (metotrexato, vimblastina, doxorrubicina e cisplatina) possui nível 1A de evidência no tratamento de tumores invasivos da bexiga e resulta no aumento da sobrevida em 5 e 10 anos nos artigos analisados (variação de 36% a 50% dentre eles) e melhora na resposta completa quando utilizado antes da radioterapia e/ou cirurgia (terapia multimodal). Outros esquemas, como o GC (gencitabina e cisplatina) e o de carboplatina/gencitabina, também se mostraram efetivos. Nos idosos, ressalta-se que o uso pode ser limitado, devido a presença de comorbidades, pior “status performance” e insuficiência renal, o que acarreta maior risco de toxicidade. Desencoraja-se o uso da terapia adjuvante, pois os estudos disponíveis são controversos e não possuem significância estatística que corroborem a sua utilização. Portanto, infere-se que a terapia neoadjuvante possui segurança e melhores resultados comprovados cientificamente quando empregada em pacientes com neoplasia vesical invasiva que têm indicação a ela, devendo estes serem selecionados adequadamente para a melhora na sobrevida e diminuição da recorrência do tumor.

Palavras Chave

Câncer de Bexiga, Terapia neoadjuvante, Tratamento


XI COngresso Internacional de Uro-oncologia. agosto de 2020. São Paulo. SP

Disponível em www.congressourooncologia.com.br

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