28 dezembro 2018

Odontologia na unidade de terapia intensiva: síndrome de Steve Johnson. Relato de caso

Claudiane Santana Rezende1, Sebastião Gilberto Borges1, Camila de Freitas Martins Soares Silveira2, Ismael Lucas Pinto3

1Hospital Santa Genoveva Uberlândia - Uberlândia (MG), Brasil; 2Associação Brasileira de Odontologia (ABO) -Goiânia (GO), Brasil; 3Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - Brasília (DF), Brasil

A síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma variante do eritema multiforme pela conformação e distribuição das lesões cutâneas e maior gravidade do envolvimento mucoso. É caracterizada pela ação de anticorpos IgG ou IgM específicos para drogas. Possui papel relevante na área odontológica, pelas manifestações desta doença na mucosa bucal. O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso de um paciente internado em UTI sob precaução de contato reverso, portador da SSJ, sexo feminino, 27 anos, gestante de 29 semanas em tratamento para Toxoplasmose Congênita que após o uso de Sulfadiazina/Pirimetamina/Ácido Folínico/Dipirona evolui com quadro de febre e lesões vésicobolhosas em todo o corpo e mucosas, incluindo a mucosa bucal. Foi solicitado parecer odontológico e realizado a laserterapia terapêutica nas extensas lesões intra-orais, que colaborou para minimizar os efeitos citotóxicos das lesões, melhora na odinofagia e consequentemente no suporte nutricional, uma vez que a paciente não conseguia sequer deglutir saliva. Foram realizadas 17 sessões diárias de laser de Diodo, aparelho Therapy EC da DMC (fluência de luz Vermelha e Infravermelha) simultaneamente, com os objetivos de alívio da dor e reparação tecidual. O conhecimento dessa síndrome, pelo cirurgião-dentista, bem como o uso da laserterapia, é de fundamental importância,
uma vez que, o estabelecimento do diagnóstico precoce pode minimizar as sequelas e até mesmo evitar necrose em mucosa bucal. A paciente respondeu bem ao tratamento multidisciplinar e foi submetida a cesariana eletiva com 39 semanas, onde não foi observada repercussão clínica no bebê.

E-poster in: XXIII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva. São Paulo. SP. 2018.

21 novembro 2018

Sulfato ferroso: informações técnicas - ferro elementar



MEDICAMENTO
FABRICANTE
APRESENTAÇÃO
FERRO ELEMENTAR
Hematofer
Comprimido
Prati Donaduzzi
Sulfato ferroso
109 mg
40 mg de Ferro III
Fersil®
Frasco 30 mL
Hipolabor
Sulfato ferroso heptaidratado
125 mg/mL
1 mL = 38 gotas =
25 mg de Ferro III
Fer-in-sol®
Frasco 30 mL
BMS
Sulfato ferroso heptaidratado
125 mg/mL
1 mL = 38 gotas =
25 mg de Ferro III
Masferol®
Comprimido
Natulab
Sulfato ferroso heptaidratado
199,13 mg
40 mg de Ferro III
Neutrofer®
Comprimido
EMS Sigma
Glicinato férrico
300 mg
60 mg de Ferro III
Noripurum IM®
Ampola 2 mL
Takeda
Ferripolimaltose
100 mg/2 mL
50 mg de Ferro III
Noripurum IV®
Ampola 5 mL
Takeda
Sacarato de hidróxido férrico
100 mg/5 mL
20 mg de Ferro III
Sulfato ferroso®
Comprimido
FURP
Sulfato ferroso anidro
127,72 mg
40 mg de Ferro III
Vitafer®
Comprimido
EMS
Sulfato ferroso
109 mg
40 mg de Ferro III

  Ref            Referências: Bulas dos produtos comerciais.

31 outubro 2018

A Importância da Atuação Permanente do Farmacêutico Clínico na Equipe Multidisciplinar no Setor de Hematologia de um Hospital Universitário.


Bruna Figueiredo Martins¹, Fabíola Giordani2, Fábio Moore Nucci3, Gilberto Barcelos Souza1, Nayara Fernandes Paes1, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Camila Theodoro das Neves1, Marcela Miranda Salles1.  

Serviço de Farmácia. Hospital Universitário Antônio Pedro. Niterói (RJ), Brasil. 2 Fabíola Giordani. Instituto de Saúde da Comunidade. Universidade Federal Fluminense. Niterói (RJ). Brasil. 3 Médico. Serviço de Hematologia. Hospital Universitário Antônio Pedro. Niterói (RJ), Brasil. Endereço para correspondência: Gilberto Barcelos Souza. Rua Marquês do Paraná, 303. Centro. Niterói (RJ), Brasil. CEP 24033-900. E-mail: gilberto.barcelos.souza@gmail.com.



Introdução: A Farmácia Hospitalar no Brasil está passando por um processo de modernização, tanto na gestão, administração, quanto no gerenciamento de riscos e resultados clínicos oriundos da atuação clínica do farmacêutico. Pacientes oncológicos necessitam de acompanhamento e monitoramento intenso, devido ao tratamento complexo e envolve grande número de medicamentos. Objetivo: Avaliar a percepção da equipe multidisciplinar quanto à importância da atuação permanente do farmacêutico clínico na equipe no setor de hematologia de um hospital universitário e elaborar e validar questionário de avaliação. Método: O estudo foi realizado em março de 2018 em um Hospital de Ensino, e foi aprovado pelo CAAE 79888317.0.0000.5243 e os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), onde os profissionais que compõem a equipe do setor de hematologia foram convidados a preencher um questionário referente à importância da atuação permanente do farmacêutico clínico. Participaram do estudo: médicos, residentes, internos, nutricionistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, de ambos os sexos. Resultados: 16 pessoas (53,3%) consideraram o farmacêutico indispensável e 12 pessoas (40%), muito importante e nenhum participante da pesquisa considerou o farmacêutico como um profissional dispensável para a equipe, sendo que 43,3% dos participantes que responderam ao questionário eram internos de Medicina; 100% dos internos de Medicina consideraram a integração do Farmacêutico na equipe como excelente. Conclusão: A equipe mostrou-se muito satisfeita com os cuidados farmacêuticos prestados, tendo sendo sugerido continuidade dos trabalhos, o que confirma os relatos nacionais e internacionais das atividades essenciais do farmacêutico-clínico na Hematologia. Palavras-chave: Farmácia clínica; Equipe multidisciplinar; Hematologia.

Poster in: VI CONGRESSO DE FARMÁCIA HOSPITALAR EM ONCOLOGIA DO INCA. 2018.




15 setembro 2018

Análise da Cultura de Segurança em um Serviço de Oncologia após a Implantação do Programa de Segurança do Paciente

Rodrigo Della Torres1; Karla Garcia Soares2; Marise Reis de Freitas1

1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal (RN), Brasil.
2 Universidade Santa Amélia (Secal). Ponta Grossa (PR), Brasil.
Endereço para correspondência: Rodrigo Della Torres. Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 4400, Cidade Industrial. Ponta Grossa (PR), Brasil. CEP 81280-350. E-mail: rodrigodtorres@bol.com.br.

Introdução: Nos últimos 20 anos têm-se observado uma forte mobilização em relação aos programas de qualidade e segurança do paciente pelas organizações de saúde. Esse processo foi se aprimorado ao longo do tempo e incorporando iniciativas indispensáveis para garantir a eficácia, eficiência, efetividade e a segurança assistencial. Entre os vários aspectos, a cultura de segurança é considerada um dos mais importantes fatores de sucesso quando se fala em segurança do paciente. Nessa perspectiva, em 2004, a agência americana Agency for Healthcare Research and Quality - AHRQ elaborou e validou uma ferramenta para avaliar até que ponto as culturas organizacionais enfatizam a segurança do paciente e facilitam a implantação e execução de atividades alinhadas as práticas seguras.

Objetivo: Analisar a cultura de segurança em um serviço de oncologia, após a implantação do programa de segurança do paciente.

Método: A coleta de dados foi feita através da aplicação do questionário de cultura de segurança da AHRQ, traduzido e validado para o português. O questionário foi aplicado para todos os profissionais atuantes na instituição, constituindo uma amostra por conveniência e considerando duas etapas, pré e pós-implantação do programa de segurança do paciente. A implantação do programa de segurança do paciente consistiu em uma ação do Núcleo de Gestão da Qualidade da instituição, tendo como base a Portaria nº 529 e a resolução RDC Nº 36.

Resultados: Constatou-se que houve uma melhoria na percepção de segurança do paciente na instituição após a implantação do programa de segurança do paciente. Na fase pré-implantação, das 12 dimensões contempladas na pesquisa da AHRQ, apenas 04 das dimensões apresentaram resultados positivos. Estas dimensões estão relacionadas ao trabalho em equipe e transferências de pacientes. Destaca-se também que 88,4% dos participantes não notificavam incidentes e eventos adversos. Já na fase pós implantação do programa de segurança do paciente, todas as 12 dimensões apresentaram predominância positiva e apenas 5% dos respondentes não notificaram incidentes e eventos adversos.

Conclusões: A efetividade de um programa de segurança do paciente e gestão da qualidade na percepção e clima organizacional foi evidenciada a partir do presente estudo demonstrando a importância do engajamento das pessoas e da definição de processos e práticas organizacionais sustentem uma cultura voltada integralmente a segurança do paciente.

Palavras-chave: Segurança do Paciente; Cultura de Segurança; Programa de Segurança do Paciente.

Poster in: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE FARMACÊUTICOS EM ONCOLOGIA. 2018.

29 agosto 2018

Análise de Níveis Séricos de Ciclosporina em Pacientes Transplantados com Células Tronco Hematopoiéticas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Joice Zuckermann1; Mariana Minotti2; Jacqueline Kohut Martinbiancho2; Bibiana Verlindo Araújo2.

1 Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HPCA). Porto Alegre (RS), Brasil. 2 Faculdade de Farmacia Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Faculdade de Farmácia. Porto Alegre (RS), Brasil. Endereço de correspondência: Joice Zuckermann. Rua Ramiro Barcelos, 2350. Porto Alegre (RS), Brasil. CEP 90035903. E-mail: jzuckermann@hcpa.edu.br.

Introdução: No transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico ocorre a infusão de células, que podem ser de doadores aparentados ou não e a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH) é uma causa frequente de morbidade e mortalidade em pacientes submetidos ao TCTH sendo necessário o uso de imunossupressores como a ciclosporina (CYA) que devem ser monitorados para profilaxia de DECH, mas também para evitar toxicidade e tomada de subdoses. Desta forma, é relevante o controle estreito de parâmetros farmacocinéticos que variam tanto em relação à condição do paciente, quanto ao uso de outros medicamentos.

Objetivo: Avaliar o impacto dos ajustes de dose dos pacientes que utilizam CYA após TCTH no período de janeiro de 2015 a dezembro 2017, com relação ao controle dos níveis sérios do fármaco, interações medicamentosas e toxicidade.

Método: estudo de coorte retrospectivo em prontuário da plataforma AGHuse do HCPA. Os parâmetros farmacocinéticos dos pacientes foram determinados a partir de abordagem compartimental, assumindo farmacocinética linear. A análise dos alvos de CYA foi realizada pelo programa Phoenix e a análise estatística foi feita pelo programa Excel.

Resultados: No período de 2015 a 2017 foram avaliados 22 pacientes pediátricos (1 - 14 anos) com relação ao uso de CYA intravenosa, através de medidas da concentração sérica em steady-state observadas após infusão (T= 24 h) (n = 162 medidas). Embora todos tenham tido os níveis séricos monitorados, apenas 11 deles receberam correção de dose com base nos níveis observados. No total, 37% dos níveis séricos estavam no alvo terapêutico (200-300 ng/mL) e a estratégia de monitoramento terapêutico com aconselhamento de dose não foi capaz de melhorar esse perfil, uma vez que no grupo não monitorado, os valores no alcance do alvo foram 38 % e no monitorado foi 36 %. Em relação às interações mais significativas, as mais frequentes foram com omeprazol, metronidazol, sulfametoxazol-trimetoprima e fluconazol, ocorrendo em 20% dos pacientes.

Conclusão: No monitoramento da CYA na fase de uso intravenoso, as informações de níveis séricos parecem ser mais importantes para a compreensão de eventos de interação medicamentosa do que na aplicação para ajustes de dose, devido a variabilidade farmacocinética nessa etapa do tratamento ser reduzida e a fatores ligados à condição do paciente, como uso de medicamentos concomitantes, parece estar mais relacionado às variações na farmacocinética.

Palavras-chave: Monitoramento; Farmacocinética; Ciclosporina.

Poster in: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE FARMACÊUTICOS EM ONCOLOGIA. 2018.

21 julho 2018

Alopecia por antineoplásicos orales, ¿a qué se debe?

Como ya hemos visto en entradas anteriores del blog, la mayor parte de los fármacos para el cáncer (antineoplásicos) aparte de ejercer su efecto, también actúan sobre algunas células sanas del organismo. Este daño colateral es mayoritario en células con mucha renovación como las células del intestino, las de la sangre o algunos tipos de células de la piel. Esto conlleva la aparición de una serie de efectos secundarios, entre los que destacarían: pérdida de células de la sangre (mielosupresión), inflamación de las mucosas del tracto gastrointestinal (mucositis), náuseas, vómitos y pérdida del cabello (alopecia). Esta última consecuencia es una de las mayores preocupaciones de los pacientes oncológicos a la hora de tomar antineoplásicos. Hoy vamos a conocer porqué se produce.  


De manera general, podemos decir que un gran número de medicamentos puede interferir en el desarrollo cíclico del cabello y dar lugar a su caída. El grado de alopecia está relacionado con la naturaleza del fármaco y la predisposición individual, afectando por igual a hombres y mujeres.

¿Cómo se produce?

En el caso de antineoplásicos orales, debemos conocer en primer lugar una serie de conceptos sobre el desarrollo del cabello. En condiciones normales, el 90% de los pelos están en fase de crecimiento activo (conocido como fase anagén), mientras que el resto se mantienen en reposo (fase telogén).

La alopecia inducida por antineoplásicos se debe sobre todo a la inhibición de la multiplicación del pelo en fase anagén, ya que al estar en un estado de división son más sensibles. La consecuencia puede ser que se empiece a producir un pelo más débil, que se rompa con el peinado o incluso con el roce de la almohada, o que se produzca un fallo completo en su formación. Como solo se afecta el pelo en fase anagén, se trata de una alopecia difusa e incompleta. Sin embargo, en estos pacientes hay circunstancias añadidas como el estrés, procesos febriles y otras enfermedades sistémicas o situaciones hormonales que podrían hacer perder el pelo maduro que está en fase telogén y por tanto aumentar la alopecia incompleta de la quimioterapia llegando a producir una alopecia total.

Hasta ahora hemos hablado del cabello, per el resto de pelo corporal (cejas, pestañas, barba, pelo púbico o axilar) se afecta con diferente intensidad dependiendo de su tasa de crecimiento y el porcentaje de pelos en fase anagén. Dado que en estas zonas el porcentaje de pelos en esta fase es menor, la alopecia no suele ser completa.

¿Cuándo se produce?

La alopecia se inicia entre la primera y segunda semana del inicio de la quimioterapia haciéndose más evidente en el primer y segundo mes. Es dependiente de la dosis y de la vida media del fármaco (tiempo que pasa el fármaco en el organismo), los tiempos de infusión prolongados y que el tratamiento se componga de más de una especialidad.

Se trata de un fenómeno reversible, por tanto al finalizar la quimioterapia el pelo vuelve a crecer unos dos meses tras finalizar el tratamiento, aunque suele ser diferente tanto en su textura como en el tono.

¿Qué medicamentos la causan?

Algunos de los antineoplásicos orales que incluyen la alopecia entre sus posibles reacciones adversas son:
  • Temozolamida
  • Vinorelbina
  • Sunitinib
  • Dasatinib
  • Sorafenib
  • Bexaroteno
  • Pazopanib
  • Melfalan
  • Trifluridina
  • Vismodegib
  • Palbociclib
  • Dabrafenib
  • Ribociclib

¿Qué se puede hacer para tratarla o prevenirla?

En cuanto al manejo, no hay un tratamiento específico para la alopecia inducida por fármacos. Se están probando diferentes tipos de tratamientos para prevenir la alopecia, algunos de estos tienen una actividad positiva limitada a determinados agentes quimioterápicos, pero hasta el momento solo se han experimentado en modelos animales.

Por otro lado, el minoxidil tópico parece ser el tratamiento más efectivo para reducir la severidad y acortar la duración de la alopecia pero no logra prevenir completamente la pérdida del cabello. Por otra parte, no se recomienda asociar minoxidil con antineoplásicos orales hasta 4 meses post tratamiento por el riesgo que conlleva asociar cualquier tratamiento a los antineoplásicos orales y por la ausencia de evidencia sobre la eficacia de minoxidil sobre este tipo de alopecia.

Con todo esto, podemos concluir que la alopecia es una de las reacciones adversas de la quimioterapia oral que más preocupa a los pacientes pero suele ser moderada y desaparecer tras suspenderse el tratamiento. Algunas de las medidas recomendadas son la información previa, el apoyo psicológico, la no utilización de tintes ni secadores, y evitar la exposición solar.


Alejandra Ferrada

14 maio 2018

Livro MEDICAMENTOS ONCOLÓGICOS NA PRÁTICA CLÍNICA, 1ª ED. 2018

Lançamento no IX Congresso SOBRAFO: 17, 18 e 19 de maio de 2018

Sumário, Agradecimentos, Nota, Prefácio, Apresentação, Introdução, Lista de abreviaturas e siglas, Conceitos básicos em oncologia, Cálculos farmacêuticos, Manipulação de medicamentos oncológicos, Extravasamento de medicamentos, Normatização de etiquetas para medicamentos oncológicos , Farmacovigilância na prática clínica, Medicamentos Oncológicos: Monografias, Anexos (kit extravasamento, modelo formulário para notificação de extravasamento).


02 março 2018

Cefuroxima: uso off-label oftálmico e oral


Conduta na administração via sonda: verificar a disponibilidade e compatibilidade de forma farmacêutica líquida para administração via sonda enteral. No caso de múltiplos medicamentos, triturá-los e solubilizá-los separadamente em água devido ao risco de incompatibilidade físico-química. Dois ou mais medicamentos prescritos para o mesmo horário devem ser preparados e administrados separadamente, sendo necessário lavar a sonda com 5-15 mL de água entre as administrações. Formas farmacêuticas de liberação prolongada são inadequadas para a administração por sondas. Antes de administrar o medicamento, interromper a dieta e lavar a sonda com 15-30 mL de água. Lavar a sonda novamente após a administração do medicamento.

Uso off-label oral: Cefuroxima Axetil Comprimido (1 g), Xarope Simples BP q.s.p...100 mL. Pulverizar os comprimidos de cefuroxima. Adicionar o veículo e misturar. Adicionar o veículo em porções e completar o volume. Estabilidade de 28 dias sob refrigeração.(18)

Uso off-label oftálmico: Cefuroxima (750 mg), Soro Fisiológico (15 mL). Reconstituir com 15 mL para obter uma concentração de 50 mg/mL, filtrando a solução através de um filtro de 0,22 micra. Transferir a solução resultante para o frasco original de colírio. A mudança na coloração não é indicativo de perda de atividade. Concentração de 50 mg/mL. Estabilidade de 14 dias sob refrigeração.(18)

Uso off-label oftálmico: Cefuroxima (750 mg), Colírio de Lágrima Artificial (15 mL). Reconstituir a cefuroxima com 15 mL de colírio para concentração de 50 mg/mL, filtrando através de um filtro de 0,22 micra.Transferir para o frasco original do colírio de lágrima artificial. Concentração de 50 mg/mL. Estabilidade de 28 dias sob refrigeração.(18)

Uso off-label oral: Preparar o produto comercial para a reconstituição. Após a reconstituição no frasco original, a estabilidade é de 10 dias sob refrigeração.(8)

Uso off-label para administração via sonda nasogátrica: trituração não assegura a biodisponibilidade. Recorrer a formas farmacêuticas alternativas, p. ex: suspensão oral. Diluir a suspensão oral em 10-30 mL de água e administrar. Lavar a sonda antes e após a administração do medicamento.

Referências bibliográficas:
1.Cefuroxima. Disponível em: http://www.baxter.com.mx.Acesso em: 29 de setembro de 2004.
2.Hecq JD. Stabilité des Médicaments Injectables en Perfusion. Brussels : Baxter; 2005.
3.Zamora Ardoy MA, Cabeza Barrera J, Moreno Diaz T, García Lirola MA. Rentabilidad de una Unidad de Mezclas Intravenosas de Nueva Creación. Aspectos Prácticos y Relación Coste-Beneficio. Farm Hosp. 2000;24(1):38-42.
4.Cefuroxime Injection. St. Mary’s Hospital. Pharmaceutical Unit. London. Disponível em: http://www.stmarys.demon.co.uk. Acesso em: 15 de outubro de 2005.
5.Rodenbach MP, Hecq JD, Vanbeckbergen D, Jamart J, Galanti L. Stability of Cefuroxime Infusion: the Brand-Name Drug versus a Generic Product. EJHPS. 2006;12(2):32-34.
6.Cefuroxime. Micromedex® solutions. Disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br. Acesso em 16 de dezembro de 2016.
7.Cefuroxime. Disponível em: http://www.stabilis.org. Acesso em 16 de dezembro de 2016.
8.Zinacef®. Informativo do produto. 2013.
9.UCL Hospital injectable medicines administration guide. Pharmacy Department. University College London Hospitals, 3rd ed. Wiley-Blackwell. London. 2010.
10.Venous infusion extravasation risk. 2009-2013 Cincinnati Children’s Hospital Medical Center. Disponível em https://www.cincinnatichildrens.org. Acesso em 22 de março de 2017.
11.Infusion drug list: pH, osmolality, reported phlebitis. Disponível em: http://www.ctins.org. Acesso em 23 de março de 2017.
12.Cardiff and Vale University Health Board. Procedure for managing an extravasation. Disponível em: http://www.cardiffandvaleuhb.wales.nhs.uk. Acesso em 20 de fevereiro de 2017.
13.Phelps SJ, Hagemann TM, Lee KR, Thompson AJ. Pediatric Injectable Drugs (The Teddy Bear Book), Tenth ed. ASHP Publications. Washington. DC. 2013.
14.Cefuroxima. Disponível em: http://www.einstein.br. Acesso em 15 de junho de 2017.
15.Neonatal guidelines. Extravasation in NICU. Disponível em: http://www.hnekidshealth.nsw.gov.au. Acesso em 20 de março de 2017.
16.Cefuroxime. Disponível em: http://www.pdr.net. Acesso em 28 de setembro de 2017.
17.Taketomo CK, Hodding JH, Kraus DM. Pediatric Dosage Handbook, 23rd Ed. Lexi-Comp. Ohio: 2016.
18.Souza GB. Formulário farmacêutico magistral, 2ª ed. São Paulo. SP: Editora Medfarma. 2017.

28 fevereiro 2018

Padronização e implantação de cartão de reação adversa a medicamentos em unidade de hematologia de um hospital universitário: projeto-piloto

Nayara Fernandes Paes1, Bruna Figueiredo Martins2, Gilberto Barcelos Souza1, Maurício Lauro de Oliveira Junior1, Rachel Nunes Ornellas1, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Águeda Cabral de Souza Pereira1, Thayane de Fátima da Costa Moraes1, Fabio Moore Nucci1 & Fabíola Giordani2.

1Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br.


Introdução: Reação adversa a medicamento (RAM) é qualquer evento nocivo e não intencional que ocorre durante o uso de um medicamento em doses normalmente recomendadas em seres humanos1. Indivíduos hospitalizados são particularmente vulneráveis à RAM2, sendo que 43% já foram acometidos por, pelo menos, uma reação adversa na internação3. Pacientes oncológicos são ainda mais suscetíveis a esses eventos, devido ao grande número de medicamentos usados e às alterações das funções renais e hepáticas que podem ocorrer ao longo do tratamento4.

Objetivo: Padronizar e implantar um cartão de reação adversa a ser entregue ao paciente, caso esse apresente suspeita de RAM durante o período de internação na unidade de Hematologia de um hospital universitário.

Método: Projeto-piloto desenvolvido a partir de estudo descritivo e prospectivo, que visa implantar atividades de Farmácia Clínica no setor. Diante da suspeita, a equipe multiprofissional deve seguir um protocolo para investigar a probabilidade de o medicamento ser o responsável pela reação. A primeira etapa consiste em excluir a hipótese de que problemas relacionados aos processos de uso do medicamento sejam causa do evento. Feito isso, aplica-se o algoritmo de Naranjo5, para determinação da relação de causalidade entre a reação e o medicamento. Definida a associação, o caso deve ser notificado ao Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do hospital, para que seja dado prosseguimento à apuração e medidas preventivas e corretivas possam ser tomadas. Por fim, o paciente deve receber um cartão de RAM, no qual constará a data do evento, o nome do medicamento, o breve relato da ocorrência e assinatura do responsável pela informação.  

Resultados: O cartão tem a intenção de evitar que o paciente sofra nova exposição ao medicamento suspeito de ter lhe desencadeado uma reação indesejável, além de servir como ferramenta de notificação de eventos adversos ao NSP.

Conclusão: Esse projeto foi desenvolvido diante da ideia de que a criação de estratégias, mudanças em rotinas e procedimentos refletem diretamente na melhoria da segurança do paciente, da qualidade do serviço prestado e nos custos da instituição, visto que RAM podem implicar em danos irreversíveis ao paciente e no retorno ou prolongamento de sua hospitalização.

Referências:

1.     WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. International drug monitoring: the role of national centers. Genebra: OMS, 1972. 
2.     GIORDANI, F. Eventos adversos a medicamentos no ambiente hospitalar. Tese (Doutorado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2011.
3.     CAMARGO A. L. et al. Adverse drugs reactions: a cohort study in internal medicine units at a university hospital. European Journal of Clinical Pharmacology, v. 62, p. 143-149, 2006.
4.     FERRACINI, F. T.; BORGES FILHO, W. M Farmácia Clínica: Segurança na Prática Hospitalar. 1 ed, Rio de Janeiro: Atheneu, 2011.
5.     NARANJO, C. A.  et al. A method for estimating the probability of adverse drug reactions. Clin Pharmacol Ther. v. 30, n.2; p. 239-245, 1981.

Poster in: V Congresso Internacional de Oncologia D’Or. 24 a 25 de Novembro de 2017. Rio de Janeiro. RJ