06 julho 2008

Abreviaturas, Símbolos, Siglas e Expressões Incomuns e Não Usuais de Doses Relacionadas a Erros de Medicação na Pediatria


GILBERTO BARCELOS SOUZA, JOÃO LUIZ DE AZEVEDO, KARLA MANHÃES PESSANHA, JÚLIO FERNANDO CASCARDI DE BARROS, LILIA RIBEIRO GUERRA, JOANA MARCHITO DE JESUS, ALINE RODRIGUES DOS SANTOS, MANUELA DE FIGUEIREDO PINTO PEDROZA CALDAS, ARAKEN PEDROZA CALDAS, ROBSON RANGEL

Serviço de Farmácia. Hospital Universitário Antonio Pedro. Universidade Federal Fluminense. Niterói. RJ

Introdução: A utilização de abreviaturas, siglas, símbolos e expressões não padronizadas na prescrição médica para indicar o medicamento ou expressar a dose, via e freqüência de administração é uma causa conhecida de erros de medicação. A incidência de erros médicos em pacientes pediátricos chega a 9% de todos os erros médicos, sendo que até 19% de todos os erros eram passíveis de serem evitados. Prescrições eletrônicas diminuem erros e eventos adversos em até 80%. Estima-se que de cada seis a oito internações em pediatria, 15% seja acompanhada de erro médico com drogas. Os mais freqüentes são: administração incorreta do medicamento, erros na interpretação da prescrição, na velocidade de infusão e na conversão de unidades, prescrição ilegível (3%), prescrição duvidosa (19%), dose errada (4%), via não especificada (28%).

Resultados: Tem sido descrito diversos casos de erros de medicação por leitura errada de abreviaturas: AZT (aztreonam ou azatioprina ou azitromicina), MTX (metotrexato ou mitoxantrona), HCT (hidrocortisona ou hidroclorotiazida). Uso de fórmulas químicas que pode gerar confusão: NaCl (cloreto de sódio) por KCl (cloreto de potássio). Siglas que podem confundir: ddI (didanosina), ddC (zalcitabina), d4T (estavudina), DBT (dobutamina), DPM (dopamina), NTG (nitroglicerina), MMF (micofenolato mofetil), RTV (ritonavir), IDV (indinavir), NVP (nevirapina), NFV (nelfinavir), CDDP (cisplatina), CTX (ciclofosfamida), CYA (ciclosporina), DXT (dexametasona ou dextrostix), MITO (mitomicina ou mitoxantrona), SF (soro fisiológico), SG (soro glicosado) RL (ringer com lactato), MCC, PNI, SV, OE, OD (oxímetro digital ou olho direito), BI (bomba de infusão), BH (balanço hídrico), DM (diabetes mellitus), AD (água destilada), EV (endovenosa), IV (intravenosa), NBZ (nebulização), ADR (doxorrubicina), HDA (histórico da doença atual), CBR (carboplatina), entender errado NOVAMICIN® (vancomicina) com NOVAMIN® (amicacina), PTU (propiltiouracila), VCR (vincristina), CICLO (ciclofosfamida ou ciclosporina), confundir as siglas VM-26 (teniposido) com VP-16 (etoposido). A abreviatura “U” não deve ser utilizada para indicar “unidades”, para evitar confundir com o número “0”, gerando erro grave de multiplicação da dose. Outro erro usual: mg no lugar de mcg. Evitar o uso desnecessário de números decimais, escrever as doses menores de 1 g em miligramos, é mais correto indicar 500 mg que 0,5 g. Escrever as doses menores de 1 mg como microgramos, por exemplo, 100 microgramos ao invés de 0,1 mg. Confundir nomes por caligrafia ilegível: LOSEC e LASIX, SULFADIAZINA e SULFASALAZINA, IFOSFAMIDA e CICLOFOSFAMIDA, DIAZEPAN e DIGESAN, DACARBAZINA e PROCARBAZINA, FOSFENITOÍNA e FENITOÍNA. Arredondar a dose final sempre que possível se o resultado for uma decimal, por exemplo, é mais correto prescrever 11 mg que 10,8 mg. Deixar um espaço suficiente entre o nome do medicamento, dose e a unidade de medida. Erros de administração: confundir IN (intranasal) com IM (intramuscular), ou SC (subcutâneo) por SL (sublingual).

Conclusão: É recomendável que cada instituição estude os erros motivados por esta causa e estabeleça uma lista de abreviaturas e siglas que não podem ser utilizados e sensibilizar a todos os profissionais que manejam medicamentos sobre este problema potencial, e que afeta a todos os processos de sistema de utilização de medicamentos.

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