Padronização
e implantação de cartão de reação adversa a medicamentos em unidade de
hematologia de um hospital universitário: projeto-piloto
Nayara Fernandes
Paes1, Bruna Figueiredo Martins2, Gilberto Barcelos Souza1,
Maurício Lauro de Oliveira Junior1, Rachel Nunes Ornellas1,
Luiz Filgueira de Melo Neto1, Águeda Cabral de Souza Pereira1,
Thayane de Fátima da Costa Moraes1, Fabio Moore Nucci1
& Fabíola Giordani2.
1Hospital Universitário Antônio Pedro,
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal Fluminense,
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br.
Introdução: Reação adversa a
medicamento (RAM) é qualquer evento nocivo e não intencional que ocorre durante
o uso de um medicamento em doses normalmente recomendadas em seres humanos1.
Indivíduos hospitalizados são particularmente vulneráveis à RAM2,
sendo que 43% já foram acometidos por, pelo menos, uma reação adversa na
internação3. Pacientes oncológicos são ainda mais suscetíveis a esses
eventos, devido ao grande número de medicamentos usados e às alterações das
funções renais e hepáticas que podem ocorrer ao longo do tratamento4.
Objetivo: Padronizar e implantar um
cartão de reação adversa a ser entregue ao paciente, caso esse apresente suspeita
de RAM durante o período de internação na unidade de Hematologia de um hospital
universitário.
Método: Projeto-piloto desenvolvido a
partir de estudo descritivo e prospectivo, que visa implantar atividades de
Farmácia Clínica no setor. Diante da suspeita, a equipe multiprofissional deve
seguir um protocolo para investigar a probabilidade de o medicamento ser o
responsável pela reação. A primeira etapa consiste em excluir a hipótese de que
problemas relacionados aos processos de uso do medicamento sejam causa do
evento. Feito isso, aplica-se o algoritmo de Naranjo5, para determinação
da relação de causalidade entre a reação e o medicamento. Definida a associação,
o caso deve ser notificado ao Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do
hospital, para que seja dado prosseguimento à apuração e medidas preventivas e
corretivas possam ser tomadas. Por fim, o paciente deve receber um cartão de RAM,
no qual constará a data do evento, o nome do medicamento, o breve relato da
ocorrência e assinatura do responsável pela informação.
Resultados: O cartão tem a intenção de
evitar que o paciente sofra nova exposição ao medicamento suspeito de ter lhe
desencadeado uma reação indesejável, além de servir como ferramenta de
notificação de eventos adversos ao NSP.
Conclusão: Esse projeto foi
desenvolvido diante da ideia de que a criação de estratégias, mudanças em
rotinas e procedimentos refletem diretamente na melhoria da segurança do
paciente, da qualidade do serviço prestado e nos custos da instituição, visto que
RAM podem implicar em danos irreversíveis ao paciente e no retorno ou
prolongamento de sua hospitalização.
Referências:
1.
WHO - WORLD HEALTH
ORGANIZATION. International drug
monitoring: the role of national centers. Genebra: OMS, 1972.
2.
GIORDANI,
F. Eventos adversos a medicamentos no ambiente hospitalar. Tese (Doutorado) –
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2011.
3. CAMARGO A. L. et al. Adverse drugs reactions: a cohort study in internal medicine units at a
university hospital. European Journal of Clinical Pharmacology, v. 62, p.
143-149, 2006.
4. FERRACINI, F. T.;
BORGES FILHO, W. M Farmácia Clínica:
Segurança na Prática Hospitalar. 1 ed, Rio de Janeiro: Atheneu, 2011.
5. NARANJO, C. A. et
al. A method for estimating the probability of adverse
drug reactions. Clin Pharmacol Ther. v. 30, n.2; p. 239-245, 1981.
Poster
in:
V Congresso Internacional de Oncologia D’Or. 24 a 25 de Novembro de 2017. Rio
de Janeiro. RJ