Gilberto Barcelos Souza. Farmacêutico. Exerceu suas atividades durante 41 anos no Serviço de Farmácia do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP). Membro da SBRAFH, SOBRAFO, SOBRATI ● 28 livros publicados ● Medicamentos Injetáveis ● Oncológicos Injetáveis e Orais ● Imunoterápicos ● Protocolos de Quimioterapia ● Interações Medicamentosas em Oncologia ● Formulário Magistral ● Medicamentos em Terapia Intensiva Pediátrica. Editor do www.meuslivrosdefarmacia.com.br
17 julho 2020
16 julho 2020
Propostas para a implantação de uma Farmácia Satélite no Bloco Cirúrgico de um Hospital Universitário, com enfoque na gestão por processos
Abaixo estão indicados alguns hospitais que adotaram a implantação da
Farmácia Satélite e obtiveram os seguintes resultados (melhorias)
• Instituto de Neurologia de Curitiba: dispõe de uma Farmácia Satélite, com
um funcionamento de 24 horas, com um atendimento exclusivo para
pacientes que estão passando por um procedimento cirúrgico. A Farmácia
Satélite está localizada na parte mais importante do centro cirúrgico desse
instituto e com isso proporciona aos pacientes uma rápida dispensação dos
medicamentos e materiais e oferece uma fácil disponibilidade a tudo que for
necessário para algum procedimento, como benefício também, proporciona
uma maior segurança, que é obtida através dos códigos de barras, onde
permite rastrear todos os medicamentos e materiais utilizados nos
procedimentos cirúrgicos e pós-cirúrgicos. Assim, garantindo um controle e
uma racionalização de seus produtos utilizados no centro cirúrgico.
• Hospital Walfredo Gurgel: apresenta sete unidades de Farmácia Satélite
distribuídas em diversos setores do hospital, com um atendimento de 24
horas, e supervisionadas por farmacêuticos, assim, realiza uma
racionalização e maior controle dos medicamentos e materiais utilizados.
Com a implantação da farmácia, o hospital obteve uma descentralização do
serviço, onde proporcionou uma rapidez no sistema de distribuição dos
medicamentos, e permitindo uma interação maior entre as farmácias (central
e satélite), os setores do hospital e entre o corpo clínico (NATALPRESS,
2011).
• Hospital-Dia do Instituto de Pesquisa Clínica da Fiocruz
(IPEC/FIOCRUZ): com a implantação da Farmácia Satélite no hospital-dia
houve uma descentralização do serviço, pois antigamente o serviço era
totalmente subordinado a farmácia central, com isso possibilitou uma resposta
mais rápida ao paciente e houve uma redução dos custos, tanto no
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medicamento quanto no material. Portanto, o hospital obteve uma maior
integração dos membros da equipe e também com os pacientes e familiares,
uma vez que a farmácia possibilita um atendimento mais individualizado e
também obteve um uso racional dos medicamentos.
• Hospital São João de Deus, fundação Geraldo Corrêa: dispõe de quatro
unidades de farmácia satélite, atendendo em tempo real as prescrições dos
médicos e realizando um controle rigoroso do estoque neste local, também
contam com uma equipe treinada, atendendo 24 horas e são supervisionadas
por um farmacêutico do hospital. Com isso, o hospital obteve uma maior
racionalização e controle do estoque dos medicamentos, a dispensação dos
mesmos é realizada de forma correta, assim evitando desperdício, a
distribuição dos medicamentos esta sendo de forma racionalizada, assim, as
Farmácias Satélites possibilitam a redução dos custos na aquisição dos
medicamentos na instituição. Portanto, com a implantação da Farmácia
Satélite nesse hospital, alcançou-se uma adequação no sistema de
distribuição, assim conseguindo atender a quantidade dos pacientes, que
aumentam diariamente.
Uma grande problemática observada de forma geral é em relação ao controle
sobre os medicamentos controlados (entorpecentes, psicotrópicos, entre outros)
utilizados. Esses medicamentos controlados armazenados no Apoio Anestésico são
obtidos a partir de prescrição, via eletrônica, realizada pelos médicos anestesistas. A
prescrição eletrônica chega aos computadores da Farmácia Central, onde são
impressas e após isto, são separados os medicamentos solicitados. Após isso, é
dada a saída desses medicamentos no sistema eletrônico, através dos códigos de
barra dos mesmos. Para a realização da cirurgia de um determinado paciente, os
médicos anestesistas não realizam, antes da cirurgia, a prescrição dos
medicamentos controlados que serão utilizados, mas sim utilizam os medicamentos
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que estão estocados no Apoio Anestésico.
A prescrição dos medicamentos
controlados utilizados na cirurgia desse paciente ocorre após a realização da
cirurgia, com a finalidade de repor na farmácia os medicamentos anteriormente
retirados, os quais foram prescritos para um outro paciente.
Dessa forma conclui-se que os medicamentos prescritos para um paciente
não são efetivamente nele utilizados. Como conseqüência disso o centro de custos
dos pacientes do Bloco Cirúrgico fica incorreto e isso prejudica a gestão de custos
dessa área, pois a apuração de custos individual dos pacientes fica distorcida com a
realidade.
Outros pontos desfavoráveis decorrentes disso são a falta de
rastreabilidade, além da falta dos medicamentos controlados no estoque do Apoio
Anestésico que ocorre quando os médicos não fazem a prescrição após as cirurgias,
seja por esquecimento ou propositalmente.
Outras problemáticas também são encontradas, tais como: a ausência de
rastreabilidade também para os medicamentos de reposição (medicamentos não
controlados), pois não é dada saída desses medicamentos em nome do paciente.
Pelo contrário, esses medicamentos ficam à disposição dos profissionais médicos
sem nenhuma racionalização e controle efetivo do uso desses medicamentos.
Outra
questão importante é a ausência de farmacêuticos no Bloco Cirúrgico para lidar com
os medicamentos e o fato de que o Bloco Cirúrgico funciona vinte e quatro horas,
porém nenhuma funcionária do Apoio Anestésico fica nos finais de semana, e com
isso quem entra para pegar os medicamentos são os circulantes (auxiliar de
enfermagem), os próprios anestesistas, residentes, levando à falta dos mesmos ou a
perda de controle.
Referência:
RENATA PATRÍCIA CARBONERA, R.P. Propostas para a implantação de uma Farmácia Satélite no
Bloco Cirúrgico de um Hospital Universitário, com enfoque
na gestão por processos.
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