26 julho 2014

CONCILIAÇÃO DOS MEDICAMENTOS TRAZIDOS PARA O HOSPITAL: SEGURANÇA DO PACIENTE NA TRANSIÇÃO DO CUIDADO

MARIA DAS DORES GRACIANO SILVA - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG / MG
CASSIA RODRIGUES LIMA FERRREIRA - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG / MG
JEICE IGNACIO DE SOUZA - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG / MG
MARTA APARECIDA GOULART - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG / MG
ROSIANE MATEUS AUGUSTO - FACULDADE FARMÁCIA DA UFMG / MG
ERIKA REGINA REIS DINIZ - FACULDADE DE FARMÁCIA DA UFMG / MG

Introdução Na produção científica relacionada à segurança do paciente observa-se o registro de alta porcentagem de pacientes internados com discrepâncias não justificadas entre os medicamentos utilizados antes da internação e os prescritos no hospital. Como também, relato de pacientes e/ou familiares que trazem medicamentos para o hospital. O uso inadequado de medicamentos pode aumentar a possibilidade de ocorrência de eventos adversos. Nesse contexto, a conciliação medicamentosa é uma estratégia que visa minimizar a possibilidade de ocorrências de informações incorretas e/ou incompletas sobre a utilização de medicamentos nas etapas de transição de cuidado.

Objetivo Conhecer a freqüência e utilização dos medicamentos trazidos para o hospital na internação visando subsidiar ações de melhoria na qualidade e segurança da assistência nessa transição do cuidado.

Metodologia Este trabalho foi realizado por farmacêuticos e acadêmicos de farmácia de um hospital público, universitário e geral com 505 leitos. Foi realizado um estudo transversal, descritivo desenvolvido de 15 de outubro a 14 de novembro de 2013 conforme protocolo específico. Foram incluídos todos os pacientes que constavam do relatório do estudo com internação há 48 horas anterior ao dia da coleta e que atendiam aos critérios de inclusão. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista aos pacientes e/ou familiares e consulta da prescrição do paciente. Os dados coletados foram registrados no Programa Excell versão 2007 e realizada análise da freqüência das variáveis categóricas e quantitativas de interesse do estudo.

Resultados No período do estudo 738 pacientes foram internados, sendo que destes 436 (59%) foram considerados elegíveis. Dentre os elegíveis, 322(74%) foram entrevistados Os pacientes entrevistados que trouxeram medicamentos para a instituição foram 125, sendo 74 (59%) do sexo feminino, a faixa etária 25 a 60 anos a de maior freqüência e a maioria trouxe de 1 a 5 medicamentos. Esses pacientes e/ou seus familiares trouxeram para o hospital 464 medicamentos sendo que foi mantida a prescrição de 227 (49%) e desses 189 (83%) eram padronizados na instituição. Identificou-se o uso de 67 (30%) desses medicamentos cuja prescrição foi mantida, sendo que o correto seria utilizar o do hospital. Dentre os 237 (51%) medicamentos que não tiveram a prescrição mantida, 135 (57%) eram padronizados no hospital. No entanto, apesar de não estarem prescritos 120 (51%) dos medicamentos que estavam com o paciente foram utilizados.

Conclusão: A verificação dos medicamentos trazidos para instituição no momento da internação é uma etapa importante da conciliação medicamentosa. Esse trabalho fornece informações importantes sobre os medicamentos trazidos para o hospital pelos pacientes e/ou familiares e essas podem subsidiar a efetivação na instituição da conciliação medicamentosa como estratégia de melhoria na qualidade e segurança da assistência ao paciente na transição do cuidado.

Referência: Anais do I Congresso Internacional sobre Segurança do Paciente ISMP Brasil - V Fórum Internacional sobre Segurança do Paciente: Erros de Medicação - 10,11 e 12 de abril de 2014 - Ouro Preto - MG

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