20 outubro 2017

ANÁLISE DO USO DE NOMES COMERCIAIS NAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

CAMILE DE OLIVEIRA CAETANO GILBERTO BARCELOS SOUZA; AMANDA CASTRO DOMINGUES DA SILVA; NAYARA FERNANDES PAES; RACHEL NUNES ORNELLAS; LUIZ FILGUEIRA DE MELO NETO; CAMILA VIEIRA SANTOS CORREIA; FERNANDO SÉRGIO DA SILVA FERREIRO; MAURICIO LAURO DE OLIVEIRA JÚNIOR; BRUNA FIGUEIREDO MARTINS;

SERVIÇO DE FARMÁCIA. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO (HUAP). UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF).

Introdução: A prescrição de medicamentos é uma atividade importante para o processo de cuidados assistenciais aos pacientes e representa ação médica fundamental, entretanto, a grande quantidade de produtos comerciais disponíveis no mercado, os frequentes lançamentos da indústria farmacêutica, e a pressão para a prescrição com o uso de nome comercial, faz com que esta importante etapa do processo de atendimento seja susceptível a erros. Com a entrada em vigor do Decreto-Lei nº 271/2002, em 1 de Janeiro de 2003, que regulamenta a Lei nº. 9787/99; ficou obrigatória a prescrição por denominação comum internacional (DCI) ou nome genérico para os medicamentos contendo substâncias ativas para as quais existam medicamentos genéricos autorizados, nos serviços públicos de saúde de todo o país.

Objetivo: Este trabalho tem como principal objetivo, verificar e quantificar as prescrições com a identificação através de nomes comerciais no Hospital Universitário.

Metodologia: Pesquisa através da análise das prescrições de todas as prescrições recebidas pelo Serviço de Farmácia, exceto do Ambulatório, no período de outubro a novembro de 2016.

Resultados: Foram analisadas 679 receitas médicas. Destas, 76,14% não estavam de acordo com o exigido por lei e continham pelo menos um ou até 4 (quatro) nomes comerciais ao invés do nome genérico para os medicamentos, sendo que 100% das prescrições do Centro Cirúrgico e da Clínica Ortopedia estavam com prescrição utilizando nomes comerciais. Todos os receituários analisados possuíam assinatura do médico, bem como o nome do paciente e posologia. O indicador Carimbo e CRM do prescritor estavam presentes em 100% das receitas. Os 10 (dez) nomes comerciais mais prescritos foram: Atensina®, Berotec®, Capoten®, Clavulin®, Kefazol®, Lasix®, Rivotril®, Rocefin®, Tramal®, Zofran®.

Conclusão: As orientações da Legislação e recomendações fornecidas, tanto na literatura nacional e internacional, não estão sendo cumpridas, que configura uma infração sanitária no próprio Hospital Universitário. Este resultado aponta, portanto uma inconformidade quando analisada de acordo com a legislação especifica. Legislação essa que diz que todos os medicamentos prescritos no âmbito SUS, devem ser identificados com a Denominação Comum Brasileira DCB ou na sua ausência, a Denominação Comum Internacional. A propraganda da indústria farmacêutica é notadamente agressiva na promoção, vendas e o exemplo contundente é a furosemida que foi descoberta na década de 60, precisamente em 1962, e até hoje os profissionais de saúde continuam no âmbito do SUS a falar, pensar e prescrever Lasix® ao invés de furosemida.

Palavras-chave: medicamentos; genéricos; prescrição.
  
14º Congresso de Farmácia e Bioquímica de Minas Gerais – 10 a 12 de Agosto de 2017 – Belo Horizonte – MG - Brasil


16 outubro 2017

Resultados de intervenção farmacêutica como indicadores de qualidade na terapia nutricional de pacientes internados em um hospital universitário

Amanda Castro Domingues da Silva2, Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz Stanislau Nunes Chini2, Bruna Figueiredo Martins2, Mariana Souza Rocha1, Águeda Cabral de Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.

1Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br


Introdução: A Gestão de Qualidade em Terapia Nutricional (TN) implica em alguns procedimentos, tais como: elaboração e padronização das Boas Práticas e de registros; ações preventivas e corretivas, dentre elas Intervenções Farmacêuticas; acompanhamento de Eventos Adversos; revisão e ajuste dos processos de acordo com os objetivos a serem alcançados, nos Protocolos estabelecidos pela Comissão de Terapia Nutricional1. O Farmacêutico pode intervir na terapia medicamentosa através do acompanhamento das interações medicamentosas potenciais (IMP), ajustes na posologia e sugestão de formas farmacêuticas mais adequadas à indicação terapêutica.2 O uso de Indicadores de Qualidade permite quantificar as intervenções realizadas e aceitas, a fim de aprimorar a assistência prestada e contribuir para o sucesso do tratamento medicamentoso e nutricional.1,3 

Objetivo: Quantificar as intervenções realizadas nas prescrições de pacientes submetidos à TN em um hospital de ensino, bem como sua aceitação pelos médicos. 

Metodologia: Foram acompanhados 86 pacientes, em programas de TN Enteral e Parenteral, no período de Março a Julho de 2017. A pesquisa incluiu pacientes em TN por mais de 72h. As intervenções ocorreram durante os rounds com a Equipe Multiprofissional realizadas semanalmente durante as visitas médicas. Os dados são compilados em planilha Excel® 2017. Projeto CAAE nº 44061615.9.0000.5243. 

Resultados: Foram realizadas 14 Intervenções Farmacêuticas: 6 (43%) foram aceitas; em 13 pacientes, ou seja, em 15% a administração de medicamentos foi realizada por cateter enteral. Os medicamentos observados foram: Acetilcisteína, Ácido valpróico, Anlodipino, Atenolol, Calcitriol, Captopril, Carbamazepina, Carbonato de cálcio, Dexametasona, Dimeticona, Dipirona, Donepezila, Fenitoína, Fluconazol, Gabapentina, Hidralazina, Lactulose, Losartana, Memantina, Metoclopramida, Metronidazol, Omeprazol, Ondansetrona, Prednisona, Quetiapina, RHZE, Sinvastatina, Topiramato e Tramadol. As reações adversas constatadas foram: agitação, bradicardia, diarreia, hipersensibilidade, labilidade pressórica, redução do nível de consciência e trombocitopenia.4 

Conclusão: A manutenção da qualidade é dificultada em hospitais de alta rotatividade de profissionais e volume de pacientes. Para um mínimo padrão de atendimento na TN, faz-se necessário, a presença permanente da Equipe Multidisciplinar, assim como a atuação do farmacêutico clínico, principalmente nas interações Fármacos-nutrientes.

Palavras chaves: Terapia nutricional, Intervenção farmacêutica, Indicadores de qualidades.

Referências:
1.ASPEN Board of Directors and the Clinical Guidelines. 2016.
2.BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n° 484 de 15 de junho de 1998. Dispõe sobre Regulamentação Técnica para a Terapia de Nutrição Enteral. Diário Oficial da União, seção 1, p. 2, Brasília, 15 Jun.1998.
3.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria 272, de 8 de abril de 1998. Regulamento Técnico para Terapia de Nutrição Parenteral.

Poster in: 9º Congresso Riopharma de Ciências Farmacêuticas. 21 a 22 de setembro de 2017. Rio de Janeiro. RJ. Brasil.